segunda-feira, 26 de julho de 2010

Fantasiados de Brasil

Fantasiados de Brasil

Nesse miscigenado conjunto de diversidades oferecidas pela amplitude de nossa cultura, surge a forte estampa pintada de “Imagem e semelhança” que a publicidade colore reluzente nos olhos do utópico perfil brasileiro.

A cada clichê comprado, como “A primeira impressão é a que fica”; “Os feios que me perdoem, mas beleza é fundamental”; “Modelo Gisele Büchen” etc., o valor essencial dos conteúdos fica cada vez mais barato e vendido ao estereótipo do ser quantitativo apenas.

Porém não seria a falta de qualidade em tais tendências, mas o excessivo oferecimento e propagação destas. Isto abrange não só o consumo como também a mídia, que gradativamente ofuscam o supérfluo enquanto deixam as informações de importância no escanteio. Achamos exemplos disto em qualquer reflexo de minorias informadas comparada à maiorias disfarçadas em aparência. O que acontece na maioria dos programas públicos de televisão, computador, revistas etc. Dificilmente uma clínica para anoréxicos é tão anunciada quanto um “SPA”.

O vício em adotar tantas idealizações de beleza e de atualidades, corresponder à cada moda vestuária, à cada carro em lançamento, pode não ser tão generoso e inofensivo quanto parece e gerar muita carência do que não se é, de fato. O interlúdio entre a roupa e a saúde, pois o que cabe naquela é o formato do corpo. Despreocupa-se com a saúde, com a essência do ser. Por ser bem menor e, mais justa, aproveita-se mais da roupa do que da vida.

Adequamo-nos ao mostrado, continuamos correspondentes à generosidade brasileira, desde o seu nascimento. Talvez este seja mesmo o essencial do Brasil, vender-se por muito barato, ser praticamente prostituído e não tirar a cor de suas fantasias carnavalescas para jamais prestar atenção no seu próprio avesso.

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