terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A mulher do silêncio

A música é o banco da dor
a defesa para o não
outro consolo além do amor
o nada da matéria
é a fartura da miséria
o incalculável da paixão
a natureza da quimera
o exato orando em devoção

É luz passeando em noite de calor
em si mesma e satisfeita
é o sono do louvor que se deita
sereno encanto sonhado pelo amor

Todas as notas juntas
de braços dados pela luta
articuladas na revolu-son
disparam paz aos ouvidos
elevam peitos não pelo grito
alma da palavra,corpo do grito
é repetição ainda aceita
é novidade sem suspeita

É barulho que se deixa
É barulho que se deixa
Que se deixa em silêncio
O silêncio dessa deixa

Droga de papel

quando o nada vem e não se tem
nenhuma ânsia
de loucuras

quando sem ninguém
que busca horas
de tortura

Tiros perdidos matam
baladas perdidas
encontradas
entre corações mirados
em carreiras
enlatadas

Enfim te achei
num lixo podre retirado
Tirei a sorte grande
atrás de você
louco apaixonado

Quando tudo é cem
e o sim se tem
com uma náusea
por luxúria

quando com alguém
que perde horas
por frescura

Balas paridas
traçam palavras
partidas entortadas
entre ilusões perdidas
em pinos
e empilhadas

Enfim te deixei
num tinto papel caprichado
Tive menos azar
fugi de você
vício endividado

De vista

Quem pode prever o que vem antes?
Antes do agora e de nós dois?
Quem consegue ver o que é durante?
Entre o incansável e o depois?

Alguém me dê a mão
porque palavras soltam vozes
mas não prende uma ilusão
como é querer um coração

Vem lá nem que seja de Deus
traz essa paz de amor
e me lança pros olhos teus
e alcança o que já é teu

Aparece por favor
até o socorro se encantou
por você, lago de amor
por você, emoção que chegou

Hora esta que não me passa
mas nos basta e a todos
com esse jeito todo fofo
de ajeitar todos os todos

Pronomes pra ti são poucos
tempo, grau, quantia e outros
naõ sei mais o que fazer
sei só um pré nome de você