quarta-feira, 30 de junho de 2010

Crendices

Só ditos disse
credo ao índice
que não queixo

Um pintor

          Ele
     homem é
e borda a mulher

Doisconhecidos de conhecidos

Dois voadores discos
tocam conversas musicais
para os olhares dançarem
ao par de rostos semi-animais

Versos borboletas
e pernas borbulhantes
o que era aquele instante
com asas de estrela?

Que perdidos explodidos brilhos
errantes numa fogueira
primavera de sujeiras
delícia doce, pai e filho

Um bocado de gemido
gritante de medo e frio
de ouvido como túnel
escorrida de vento X arrepio

Lambido estribilho
loucadêmicos desmentidos
pára-fusados-soltos
avoados em forma de doutos

Outros presentes livres
muita minerva teórica
e muita energia ao agora
desfaziam-se em deslizes

Enredo pra poucos
foi o merecido
sem maiores pousos
onde foram ruídos


À primeira "houvida"

É amor assim
de primeira
vista pois

não foi outrora
d'antes
ouvido algo

Agora houve
e não mais vejo
tempo depois
lembreijos

Tempo é só depois
após o visto
busca-se a voz
ama-se um juízo

Lembrimagem
e desejo no som
da voz-miragem
casal explosion

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Na hora

Hoje estou com gazes. Deve ter sido as bolhas de sono engolidas com adoçante... Agora tudo me soa pesado e as palavras voam: efeitos desse domingo invernoso!?

Em cantos

Um trocado
agora mendigo
que pede a hora
                          da troca
                          e corta
ares
da toca pelos bocados
de cada boca
boca boca boca
oca
acudida com toques
teclados

Parâmetro

Quem disse que eu podia
eu podia te escrever
e desenhar pessoas frias
reclamando ingratidões

Não, eu não poderia
repetir no prazer
de te fazer poesias
fazer poesia de você