quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

"A curva" (ao corvo do Alan Poe)


























No rumo reto à lua
da rua que obsceco
num luto de protestos
morta, não observo
surgir na treva, a curva

Volumosa e muito escura
um vulto oculto no-turno
torta, no entanto, enxuta
distraiu minha conduta

Nenhum assunto
tudo e sem barulho
mudos pedregulhos

Tumulto super discreto
só suspirando o concreto:

Sempre Menos

Mas viremos:
ao mundo eu construía
rumores de amor
só por Poe, as Sias

Volto, aos poucos
à Beleza pura:
luta dos loucos
por Poestás

À vante e em segredo
arrumo um negro
que é índio, dred's pretos
pro Poe me pro Poe, mas...

Beijo um corpo
com medo turvo
de mudar o insolúvel:
ressucitar o absurdo
e não Poemais



Brinde

Aprendi a amar o próximo, aprendi
a dedicar-se ao máximo
a treinar feito um trapo
e miar aos farrapos

Ar prendi gostando de música
a teclas as notas: dim din
os toques dos dedos
a triscar meus medos

Arrependi a rotina e pendi
mobilizei conteúdos
aperfeiçoei mundos
alcancei sábios inclusos

Carpem-die muito
analisei minutos
a brincar de viver
hipnotizei o prazer

Ah: e rendi frutos!
agora vamos ter
alunos do futuro
ensinando o sofrer

Pendi e arpei
a globalização não me abraçou
mas a toquei
a caridade oportuna me deixou

Só tocar
mas deveria te furar
arranhar é pouco
e o toque deixa louco

Dia prenha
a parir filho teu
a crise dê lenha
àqueles que a fudeu