domingo, 4 de setembro de 2011

SEMINÁRIO SOBRE O TEXTO:“APRENDENDO E ENSINANDO A FILOSOFAR”, DE MARCELO PERINE

UNIFESP - GUARULHOS
CRISTILENE CARNEIRO DA SILVA, 7º TERMO, NOTURNO, FILOSOFIA
DISCIPLINA: SEMINÁRIO DE FILOSOFIA
PROFESSOR: RODNEI NASCIMENTO

SEMINÁRIO SOBRE O TEXTO:
“APRENDENDO E ENSINANDO A FILOSOFAR”
DE MARCELO PERINE

SEGUNDA PARTE - O FILÓSOFO E O PROFESSOR DE FILOSOFIA

Em seguida do percurso referente ao papel da filosofia hoje enquanto uma amante da razão nas tentativas constantes de ruptura com a violência, o autor do texto parte para uma demonstração de como seria tal filosofar na prática. Isso é feito na segunda parte intitulada “O filósofo e o professor de filosofia”.
Fundado em exemplos tradicionais como Platão e Aristóteles, Perine afirma não haver contradição nenhuma entre ser filósofo e ensinar a filosofar. O que houve foi uma segregação histórica entre ambas as funções. Desde os gregos até o início da Idade Média, bem como as escolas do Oriente ainda mantinham a tradição de transmitir pensamentos a discípulos, ou criar Liceus e Academias autônomas, sem deixar, por isso, de se remeter aos outros conteúdos durante essa convivência. Porém, houveram vestígios de segregação ainda no Império Romano, os quais foram consolidados definitivamente na escolástica medieval. Onde o professor de filosofia passou a ser reprodutor, e não mais criador.
Com isso a atividade docente perdeu muito do seu sentido filosófico de também produzir a história, conforme o autor mesmo argumenta que a maioria dos filósofos, a partir de então, nunca foram professores. Exceto pouquíssimos tais como Kant e Wittgenstein, por exemplo. Assim a história da filosofia ganhou verdadeira distância da cultura didática. Além dos autores, cada vez mais temporalmente inalcançáveis, conterem apenas capacidades editoriais de serem endeusados por passados ainda presentemente descobertos e, no máximo, apenas venalmente comentados de maneira específica. Aliás, longe ainda do comentador, o professor tornou-se assim um mero terceirizado da filosofia.
Depois deste panorama histórico, é citado no texto o nome de Lidia Maria Rodrigo, quem propõe um discurso “reformulador” baseado nas próprias condições de formação do professor, o qual ganha agora autonomia para se apropriar e simplificar uma obra histórica de acordo com as necessidades de um nível para ensino médio. Por meio de recortes ou de sínteses do contato original de um texto filosófico, por exemplo. Ainda assim é um segundo discurso, reconhece o autor, no entanto o papel do doscente enquanto um mediador pode ser também o de um transformador. Ou seja, fica na responsabilidade do filósoso professor despertar a criatividade do aluno e superar as dificuldades apresentadas. A atividade transmissora será a compreensão conjunta do problema, um aprendizado não somente pacífico, porém pensante.
Este método vai ao encontro do primeiro movimento do texto, onde a razão é sempre a negação de uma realidade violenta, a mediação entre o real e o que se pode pensar dele. Numa continuidade kantiana, Perine afirma a constante busca de definição presente do real, e logo, a permanente necessidade de haver produção de filosofia:

“Isso significa que a filosofia nunca é acabada, não pode acabar, porque interessará sempre aos que aceitarem começar sempre de novo o esforço de compreensão de si mesmos e da totalidade inesgotável da realidade.”

Assim teremos uma articulação na história da filosofia sempre presente e disponível também para futuras orientações. O que inclusive sustenta a constante inquietude da filosofia em se reafirmar, atestando a sua justificação na falta de contentamento dos dias de hoje. A mesma falta de contentamento traz novamente a necessidade do “logos” citado no texto anteriormente e que, como conclui o autor, não acaba com a violência nem desiste de extingui-la, mas simplesmente dialoga com ela.

BIBLIOGRAFIA

PERINE, Marcelo. Ensaio de iniciação ao filosofar. São Paulo: Edições Loyola, 2007.



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