domingo, 24 de janeiro de 2010

DISSERTAÇÃO SOBRE O RESSENTIMENTO EM F. NIETZSCHE

São Paulo, 02 de junho de 2009
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo
Unidade Curricular: História da Filosofia Contemporânea III
Professor:
Ivo da Silva Júnior
Aluna: Cristilene Carneiro da Silva
3º Termo - Filosofia - UNIFESP


A VONTADE DE NIETZSCHE ou
NIETZSCHE: O ÚLTIMO CULPADO OU RESSENTIDO?

“ A Zaratustra, ainda ingênuo, que apresenta ao povo o mais desprezível dos demagogos, para melhor valorizar o Super-Homem, a multidão responde em coro: ‘Dá-nos o Último Homem, Zaratustra... e guarda para ti o teu Super-Homem’.[1]”

                       Que poder é esse hoje que mistura a vontade de potência criadora com um ressentimento destruidor para falar de revolução, política e oposição por meio de Nietzsche? A manifestação de forças, ou para além da política partidária brinca de culpar e ressentir o filósofo para utilizá-lo como objeto, literalmente, de “estudo” ou de “articulação”? A única coisa que se cria com isso é uma vulgarização cristalizada (para não dizer cristianizada) de uma filosofia que vai contra qualquer valor moral “escravizante” por uma terra já escrava e católica. Amém, a moral criada nesta deu vazão à criação de uma nova filosofia brasileira, pelo menos! – A de um “ideologismo” sobre Nietzsche que não é jamais algo próximo de sua vontade de potência, mas simplesmente uma vontade de assumir o poder às custas do filólogo, às custas dessa Vontade de Nietzsche escandalizada e moldurada para venda em quaisquer editoras, esquinas ou livrarias...
                     Porém, a fim de propagar outra coisa que não somente uma continuidade especulativa em homenagem à mudança na escrita trazida pelo filósofo como foi feito acima, dando ênfase ao seu tom de revolta e, por escrever de maneira menos formal e mais literária supor que tenha compreendido suas críticas, discorro no desenvolvimento dessa dissertação, não uma tentativa de aumentar ainda mais a obra de Nietzsche criando ideologias sobre seus escritos, ou direcionando uma culpa aos que o fazem, muito menos ressentindo isso e criando uma verdade moral aqui. A qual inverta-me em nobre ou senhoril falsificado, não. A função de denúncia já foi muito bem exercida pelo autor comentado, o que proponho é simplesmente mostrar outras interpretações para compor o histórico da história de sua filosofia[2]. Assim como Michel Foucault já argumentou sobre isso em seu texto “Genealogia e Poder”, no qual relata a necessidade de descentralizar um pouco o poder de uma única linha histórica e por meio da regionalização do pensamento mesmo, fazer-se uma maior pesquisa científica na sociologia e antropologia do pensamento[3].
                      Não que este texto possua pretensão de entrar nas exceções ainda existentes sobre a filosofia de Nietzsche. A dificuldade em permanecer na mesma hierarquia proposta pelo filólogo, em neutralizar o julgamento para que se dê uma “moral sã” na crítica contínua sobre a filosofia (seja ela crítica, cética ou dogmática), traz sempre uma suspeita sobre o texto enquanto vingativo e acusador ou revoltado e defensivo demais[4]. Ou se lamenta ou se argumenta para justificar uma culpa. Mas enfim, fica pelo menos claro a respeito dessa tentativa de não fazer um ascetismo para discorrer o assunto. E a motivação em consegui-lo é em agradecimento daqueles comentadores que já fizeram jus a isso, demonstrando-nos tal possibilidade por meio do detalhamento no espaço entre essas oposições e traduzindo-nos o que Nietzsche quis trazer para além do relativismo, da vontade de verdade e das demais finalidades[5].
                        Quando refiro-me à vulgarização (termo que para bem utilizado poderia ser substituído por fetichismo no lugar de seu significado enquanto popularização, pois nada contra a queda da elitização do pensamento, muito pelo contrário), é daqueles títulos os quais mal se preocupam em retratar a história da filosofia, mas simplesmente vender o seu peixe e sua política como muitos. Daí o termo fetiche, já utilizado pelo próprio Nietzsche. Publicações que querem criar um produto Nietzsche para vender e render lucros materiais com isso.
                       Ou também no âmbito político, quando se define uma leitura nietzcheana de acordo com as condições partidárias, e não o contrário: a partir de sua leitura cria-se um movimento. Claro que o autor que defende o mundo enquanto uma contingência de interpretações possibilita toda essa estrutura para variadas articulações. Porém filosofia, ética e política muitas vezes são inseparáveis, mas quando as três são uma conseqüência de um mesmo pensamento, não quando se apropria de uma dessas três para enfatizar, com isso, as outras e vice-versa; criando assim discursos muitas vezes contraditórios entre o pensar e o agir como decorrência da falta de coerência entre a leitura de um pensamento como um todo, por exemplo.
                       Utilizar-se de um novo método de ensino imposto somente para facilitar a maior quantidade de “alfabetizados” e manter índices valorativos com isso, e neste método propagar uma idéia de filósofos que “curam” a sociedade dizendo que isto tem algo a ver com a potência que Nietzsche depositava na fisiologia da saúde para defender uma “filosofia medicinal”, é totalmente discrepante[6]. Assim como aumentar tal incoerência adicionando não só a ética diferente da filosofia, como também da política, ao promover um novo administrador de forma fragilizada e sem quaisquer tipos de eleição ou discussão anterior, como se fosse resolução de todos os problemas que o início de uma universidade possui, por exemplo. Isso é exemplo não só de ressentir e reprimir a vontade de potência de estudantes interessados em melhorar a educação como também de inverter os valores e enfraquecer essa vontade como se ela não fosse “boa”, e sim a vontade imposta do nada, pela simples necessidade de alguém para substituir uma moral governante anterior, mas que corresponderia, para Nietzsche, à mesma coisa: como se fosse Sócrates que corrompia os jovens substituído por Cristo o salvador.
                      Esta oposição contrária encontrada não só nesta falta de lógica entre idéias utilizadas e práticas realizadas pode ser encontrada na descrição de ressentimento para Nietzsche. Quando este a trata como sinônimo de negação das forças manifestadas pela vontade de potência. No Brasil temos inúmeros exemplos que demonstram melhor uma explicação do que seja esse termo para o filósofo. Pois é por meio da crença numa moral serva[7] que ele se dá, e nada mais moralista do que um país católico estudando tanto um anti-cristo, por exemplo.
                      Entre outras maneiras de sobressair-se por meio desta negação, não só no âmbito da própria leitura feita sobre Nietzsche ou da administração de uma instituição educacional como já citamos aqui. Existem outros valores criados por diferentes “rebanhos” os quais incitam este ressentimento estudado[8]. A mania aparentemente eterna de um conformismo maquiado pela culpa que se joga no outro no país, é unânime em muitos aspectos. Digamos que na educação isto se dá ao falarmos “mal” dela, e concluir a questão com uma passividade transcrita por “mas é assim mesmo, fazer o quê?”. Com isso cria-se uma moral perigosa de que nunca se pode fazer nada pelo que negamos, ressente-se o que está ruim porém o máximo desta acusação é nos vitimarmos ao se colocar contrário a vigência reinante e inverter os valores. É ai que mora esta moral opositora e acusadora, de estabilizar a opinião de nunca aceitar algo que venha, seja do governo, da escola, desse outro “rebanho”[9], criando sempre esta extremidade de pólos, e não uma hierarquia. Pode-se expandir com o exemplo ao discorrer também sobre os milhares de artesanatos, músicas e outras artes marginalizadas no Brasil: a idéia elitista de um lado, guardada nos museus de São Paulo, por exemplo enquanto um pólo. E a idéia de que o que se produz enquanto artesanatos regionais, danças típicas, músicas folclóricas ou de contestação como o rap etc., em muitos lugares não se divulga, ou se considera enquanto estética. Porém, muitas vezes como nesta, por se estar muito próximo da questão é quase impossível distinguir qual dos pólos é o do senhor e qual o do escravo, o do dionisíaco com sua vontade de potência e o do socratismo com seu ressentimento moral[10]. A inversão de valores críticos leva a não saber mais quem é a “ave de rapina”, já que ambas partes converteram em público apreciador os que acreditam em suas vertentes.
                      Mas para não exceder na demonstração do funcionamento desse ressentimento, e também não confundi-lo com uma simples reclamação de revolta, é necessário distinguir e evidenciar aqui também a vontade de se transpôr no lugar do outro pelo ódio, numa “vingança imaginária” que o fraco carece. O que não é somente revoltar-se com a injustiça que o outro ou o externo causa pelo fato de ser diferente, mas inclusive por não ser capaz de conquistar algo a altura desse outro que o supra[11], e por isso constrói-se uma moral que disfarce a sua fragilidade em bondade, virtude etc. Quando acontece um jogo de futebol, e no estádio montam-se duas torcidas: o código moral de cada uma é o objetivo do gol, da vitória. Porém nunca é assumidamente reconhecido que um time é melhor do que outro, a não ser pela quantidade de títulos de permiação que eles possuem. Mas a fé que alguns torcedores mantêm por um time os fazem acreditar em possibilidades de corrupção da parte do juiz, em subornos etc. Cria-se uma crença no acompanhamento dos jogos que é levada pela vida toda de uma pessoa, independente se o time possui ou não vitórias, se é forte ou não.
                       Assim como o termo “liberdade de expressão”, fortalecido depois do regime militar, trouxe consigo uma moral inserida na mídia que “democratizou” a palavra porém continua a manipular informações. Agora é a contingência de informações distorcidas ou muito parecidas que impedem as outras. E o ressentido ainda se acha no direito de repetir a mesma coisa sempre, compactuando com a mesma dissonância ao pedir somente a “liberdade” de expressão, e não um melhor estudo e legado sobre ela, o que deu no que a publicidade faz com o indivíduo hoje – o que quiser. Desse mesmo acúmulo e aglutinação, podemos inferir o ressentimento temporal, “não temos tempo na correria do dia-a-dia”, clichês citados que realmente criam dificuldades de reflexão, convivência e nisso sim repressão, assim como o cristianismo, tempo se possui sim, o que possivelmente seja é a falta de organizá-lo. A aceitação de tais rótulos no século XX e XXI já nos traz prejuizos como o de acabar não fazendo nada, já que a “efemeridade” é tão desgastante e, forte…
                      Sejamos efêmeros, então. E que o desespero da falta de saída na contingência caótica cumpre uma possibilidade de loucura inaceitável pela lei, pela justiça etc. A resistência a um anarquismo impõe um desejo de vingança dos que depois de Nietzsche esperam por algo que corresponda às suas medidas horizontalizadas e gradativas, para além da barbárie ou do racionalismo. Porém a ausência dessa possibilidade, o vazio dentro de si, a falta de rumo da filosofia, da arte, da história, da estética, da crítica e dos demais valores só mantêm as diferenças e o relativismo nos valores e nas interpretações extremas e niilistas, não dando vazão à uma moral sã, que realmente salve essa extinção do mundo. Disso se infere a propagação ideológica de Nietzche enquanto culpado por extinguir tudo ou ressentido enquanto pedinte de uma salvação, porém ele nada fez a não ser detectar um suposto fim já presente, não presumindo nada, muito pelo contrário, somente buscando suas procedências. Isso que o mantêm distante do nazismo por qual foi confundido durante muito tempo: o fato dele não possuir nenhuma ideologia[12]. É daí que buscar a origem, por meio de uma causa filosófica em Nietzsche não é coerente com sua própria filosofia que é interpretativa, e não justificativa. Ou seja, serve-se somente de indagações e interpretações que sua vida enquanto pessoa[13], possuidora de vontade de poder, não de uma pretensão de justificar o mundo por meio de tal filosofia como costumam tratá-lo.
                       Considerá-lo extintor da filosofia já é culpá-lo, por exemplo. Há uma maneira de ser lido culturalmente, por meio de suas fases[14], mas ele possui seu pensamento positivista e logo após, crítico, podendo ser levado na totalidade da obra e não na parcialidade de quaisquer de seus momentos. Trasnportando assim, o valor de sua filosofia para uma transfiguração: nem último nem primeiro, nem cristão nem pagão. Há aí um desejo de se ater a uma posição – ou niilista ou positivista – que muitas leituras geralmente não resistem. Assim como considerá-lo propagador da alegria e do Super-Homem traz à tona uma religião de idealismo que se divide em múltiplas auto-ajudas pelas bancas de jornais. A sua hierarquia está em tudo, principalmente na leitura sobre o mesmo. E o maior perigo do ressentimento e da culpa é impô-los ao próprio autor que o detectou, somente comprovando com isso a carência de uma filosofia realmente “medicinal”.
                        Mas reforçando o que já foi exposto: longe de culpar ou ressentir algo, que o reflexo nietzscheano continue a procriar inúmeras manifestações de forças como esta que faço agora e vejamos até onde a fé no filósofo vai chegar Brasil a fora! Quem sabe essas tantas criações de interpretações contando cada vez mais “novidades” em cima dele já não repercutam em filosofias propriamente ditas, pois que da história da filosofia estejam tão distantes...

"Meu sol foi quente sobre mim ao meio-dia:
sede bem-vindos, que chegais,
ó ventos repentinos,
frescos espíritos de após o meio-dia![15]”


BIBLIOGRAFIA:


NIETZSCHE, F. “Para a genealogia da moral”. In: NIETZSCHE, F. Obras incompletas. São Paulo, Abril Cultural.
LEBRUN, Gerard, “Por que ler Nietzsche, hoje?”, in Passeios ao léu. SP: Ed. Brasiliense, 1983.
FOUCAULT, Michel. “Genealogia e poder” In: Microfísica do Poder. Rio de Janeiro, Graal, 1979.
MARTON, Scarlett. . A morte de Deus e a transvaloração dos valores. Hypnós, São Paulo, v. 5, 1999.
MARTON, Scarlett. . Nietzsche: Uma filosofia a marteladas. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986. p.21
KOFMAN, Sarah. "O/Os 'conceitos' de cultura nas Extemporâneas". In: MARTON, S. (org). Nietzsche hoje? São Paulo: Brasiliense, 1985.


NOTAS:

[1] LEBRUN, Gerard, “Por que ler Nietzsche, hoje?”, p. 32.


[3] FOUCAULT, Michel. “Genealogia e poder” In: Microfísica do Poder.

[4] “ O que os homens mais facilmente esquecem é que, a todo instante, defendem o seu ‘território’ animal. Quer se fale profissional, filosófica, sentimental, cientificamente _ sempre se acredita, em algum momento, fazer referência a normas que valem para todos, a conceitos que têm o mesmo sentido para todos ( e os nossos ideais ‘democráticos’, ‘igualitários’, assim como a nossa civilização burocratizada, levaram esta ilusão grega ao auge). Acredita-se que, na raiz de nosso discurso, existe afinal de contas alguma coisa – ‘razão pura’, ‘sujeito universal’ – que é capaz de penetrar todas as mentiras, de denunciar as ilusões, de proferir a última palavra . Em suma, acredita-se que o homem é um animal capaz de conhecer o Ser, e de dizê-lo em nome de todos. Como se esta palavra ‘Ser’ já não fosse uma noção forjada por uma certa ‘raça’, para a sua segurança e, por conseguinte, um documento etnológico à disposição do bom filólogo. Como se compreender, intelligere fosse ‘algo conciliador, justo, bom, algo essencialmente oposto às pulsões: quando se trata, apenas, de um certo comportamento das pulsões entre si’ (Fr. Wissenschaft, aforismo 333).” (LEBRUN, Gerard, “Por que ler Nietzsche, hoje?”, p. 35)

[5] Alusão em agradecimento aos comentadores utilizados como leitura e citados aqui. Sobre genealogia e procedência à Michel Faulcault., relativismo, a Bento Prado Jr., sobre vontade de verdade Alberto Marcos Onate., sobre necessidade e não finalidade a André Luís Mota Itaparica, sobre hierarquia e não ideologia a Gerard Lebrun, sobre transvaloração e não valoração a Scarlett Marton e finalmente sobre a indicação dessas leituras todas, ao professor deste curso.

[6] Quanto a essa discrepância: “ A educação voltada para a cultura não é a que permite ao indivíduo
aspirar a um posto de funcionário ou a um ganha-pão qualquer, é a que o leva ao desenvolvimento integral e harmonioso de todas as suas capacidades.” (MARTON, Scarlett. . Nietzsche: Uma filosofia a marteladas, p.21)

[7] “Incapaz de admirar o forte, o ressentido imputa-lhe justamente o erro de ser forte. Reúne fatos e testemunhas para montar sua peça de acusação, cujo objetivo último é o de introduzir no âmago do forte o vírus corrosivo da culpa.” ( MARTON, Scarlett. . A morte de Deus e a transvaloração dos valores, p. 55)

[8] Sobre a diferença enquanto o que provoca o ódio e a vingança (palavras-chave para o esclarescimento sobre ressentimento): “É a diferença que causa o ódio, ou melhor, é a recusa da diferença que o engendra” ( MARTON, Scarlett. . A morte de Deus e a transvaloração dos valores, p. 56)

[9] Sobre essa servidão, Scarlett Marton numa passagem descreve como se dá tal moral: “A afirmação da crueldade da existência cedeu lugar ao otimismo do saber, a febre de viver, à serenidade. Opôs-se a vida à idéia – como se a vida devesse ser julgada, justificada e redimida pela idéia. Privilegiou-se o conhecimento em detrimento da arte, e fez-se dele fonte de moralidade. Com o socratismo e, pouco depois, com a civilização romana, o dionisíaco desaparece da cena do mundo por um longo período.” (MARTON, Scarlett. . Nietzsche: Uma filosofia a marteladas , p.18)

[10] Sobre a relação entre o ressentimento enquanto ligado diretamente à destruição em oposição a vontade de potência, ligada à criação: “O levante dos escravos na moral começa quando o ressentimento mesmo se torna criador e pare valores: o ressentimento de seres tais, aos quais está vedada a reação propriamente dita, o ato, e que somente por uma vingança imaginária ficam quites. Enquanto toda moral nobre brota de um triunfante dizer-sim a si próprio, a moral de escravos diz não, logo de início, a um ‘fora’, a um ‘outro’, a um ‘não-mesmo’: e esse ‘não’ é seu ato criador.” (NIETZSCHE, F. “Para a genealogia da moral”, primeira dissertação §10.)

[11] Do ressentimento como única reação do fraco: “É da própria impotência que nasce e se alimenta seu desejo de vingança. É por isso que ressentimento nem mesmo é sinônimo de reação: justamente por ser impotente para reagir, ao fraco só resta ressentir.” (MARTON, Scarlett. . A morte de Deus e a transvaloração dos valores, p. 56)

[12] “Um único exemplo. De alguns anos pra cá, tentou-se alistar Nietzsche no pelotão dos críticos do ‘ideológico’, no sentido marxiano da palavra, e mesmo incluí-lo entre os precursores da psicanálise. Ora, tais aproximações parece-me que só podem dissimular a especificidade de Nietzsche, e edulcorar a sua ‘grande suspeita’.” (LEBRUN, Gerard, “Por que ler Nietzsche, hoje?”, p.39)

[13] De como Nietzsche não se importava com nenhuma continuidade ideológica de sua filosofia, ao qual muitas vezes considerava até pessoal, Lebrun comenta: “Marx gostava de dizer que não era ‘marxista’, mas não detestava que outros o fossem. Nietzsche, ao que parece, não teria gostado que houvesse nietzscheanos: ‘Apliquei o ouvido para escutar um eco, e só recolhi elogios’ (Jenseits, aforismo 99).”

(LEBRUN, Gerard, “Por que ler Nietzsche, hoje?”, p.32)

[14] KOFMAN, Sarah. Nietzsche hoje. p.77-109.

[15] poema de Nietzsche, “Cai o Sol” . In: Obras incompletas.

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