terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Poesia do não

Também não quero poesias
não quero armas nem vadias
também não quero rimas
alegrias ou ironias
vazias

Também não quero o tédio da melodia
as repetições dos dias
não quero amor nem mais valias
não quero a náusea, o enjôo, a anemia

E nego tudo, só por poesia
por querer te esquecer
com as fontes que crio
também não quero

Também não quero o também
nem o mais, porém
nem a gramática minada
ou a filosofia cansada

Não quero a música
os jogos, as palavras e os beijos
o sexo, a vida ou os Cleitons
não quero o não nem o quero

O vão, o tédio, o tão
e mais todos os sufixos
prefixos, asteriscos
o que contenha grito

Não o não
Nem o nem
no você
você

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