segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Como o link do arquiteto

Wittgenstein comeu minha língua
então dei voz e origem
ao grave sotaque do destino
virtual e ainda menino

Se fosse um virgem
não seria tão clandestino
como a mudez ousada
que mostra seu raciocínio

Como o beijo falado
que cala a palavra
seu amor assim velado
não me arranca nada
só me rasga em poesia

Se nada sente, então escreve
encaixa-me discretamente
no perfil que 'qria'
já que não ama, poesia
pra quem quer que o navegue

Ou me acesse, somente
que eu viro a página
e edito a sua mente
com imagem de lágrima

E o reflexo te dedico
se precisar só mais se amar
só chamar que o identifico
espelho é mais fácil de gostar
viro link e me indico

Abro-me feito janela
mesmo que pra ver outra
até ativo os envios dela
minimizando-me de tonta

Mas me vista e me arquitete
discografe-me
salve-me pelo disquete
mas não me exclua ou delete

Mas construa esse teu engenho
lucre e calcule meu desempenho
que eu expiro sem visitas
desabo e não deixo pistas

Invente a sua maneira
envie-me mande onde quer
sou empecilho, spam, mulher
e me restauram da lixeira

E ainda não se detone
por se contentar nas faladeiras
muito menos se apaixone
depois de tanta babozeira
de crêr em leituras primeiras

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Entre, saia, naufrague, voe, comente, minta, mentecapte, poetize, sarause, recadoe, anunssintetize. Enfim, qualqueira!