Aceitar a condenação
ao irresolúvel caos
do amor sem saída
é também negar
as grades da liberdade
Conseguir um estado
definitivo dentro da indecisão
é também escapar
de uma solução
Desconfiar de algo
que já não passa confiança
é também se render
à uma eterna fidelidade
Trair a própria certeza
transparecendo o perdão
é incondicionar o assumir
A indiferença permanece
pois esquece a segurança
do acreditar ou não
a sinceridade anulada
ordena a cumplicidade
a também não existir
As atitudes estão seladas
pelas desatitudes
Os feitos de grandeza
pelo desdém dos desfeitos.
O amor é o desamor
em sua plenitude
A liberdade tem existência
pois a prisão é absoluta
Não há saída, então não saio
A falta é que é a permuta
A vontade beijou a permanência
Viva o aqui, não mais agora:
Sempre
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