Não in porta mais a decoração
a falta de fé esgotou a forma
e o que resta agora é o luxo
que é lixo lustrado às normas
E bem calçado, piso em bichos
fecho a porta feita de pulmão
oro ao virtual, novo feitiço
no espelho, maqueio o coração
A mesa agora virou a saia
onde leio, jogo, brinco
onde minto o grito e sirvo
brinde à lágrima de absinto
Um coro de homens é a cortina
mas a janela só quer ser livre
fugir dos armários de moralistas
e ouvir qual som toca no vidro
O banheiro é lacrimogêneo
mas lubrifica a parede ferida
pele dura,áspera e enrugada
defende o esqueleto de idas
Fios, fios e circuitos curtos
é tudo o mais que mantém a casa
vida rouca e de galhos secos
grisalha, sonha no sofá de dedos
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