sábado, 20 de março de 2010

Silêncio

Digo você
silêncio
digo sim e lê-se o
Digo
em silêncio

Assim lento
brando sem falácia
encontrei o cinzento
a cintilante águia

Vento sem máxima
o repouso do ar
no transe do olho
a pausa clásica

De classe inocente
movimento do sempre
só mostra a voz
mas não a sente

Cala-me a defesa
fazendo-me gritar
pela sua natureza
mantém a presença

Só é silêncio
sono frio sem tato
eu falando sozinha
ao amor sem ato

Rio de murmurinhos
sem nenhum olfato
não encontro meios
de provar seu tédio

Sua fuga ao leito
à mudez sem remédio
teu vazio no peito
me abraça sem crédito

Aceito e te beijo
mas nunca te pego
eco que se expande
fugindo por ego

Adentra o silêncio
e sinto o prazer
de garras, polêmico
e tão grave ser

Quieto, quieto
que estou muito lúcida
com você por perto
quando quero música

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Entre, saia, naufrague, voe, comente, minta, mentecapte, poetize, sarause, recadoe, anunssintetize. Enfim, qualqueira!