Digo você
silêncio
digo sim e lê-se o
Digo
em silêncio
Assim lento
brando sem falácia
encontrei o cinzento
a cintilante águia
Vento sem máxima
o repouso do ar
no transe do olho
a pausa clásica
De classe inocente
movimento do sempre
só mostra a voz
mas não a sente
Cala-me a defesa
fazendo-me gritar
pela sua natureza
mantém a presença
Só é silêncio
sono frio sem tato
eu falando sozinha
ao amor sem ato
Rio de murmurinhos
sem nenhum olfato
não encontro meios
de provar seu tédio
Sua fuga ao leito
à mudez sem remédio
teu vazio no peito
me abraça sem crédito
Aceito e te beijo
mas nunca te pego
eco que se expande
fugindo por ego
Adentra o silêncio
e sinto o prazer
de garras, polêmico
e tão grave ser
Quieto, quieto
que estou muito lúcida
com você por perto
quando quero música
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